Seguidores

terça-feira, 19 de junho de 2012

Tigela de Madeira.


Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes. A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça. - Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai - disse o filho. - Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão. Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão. O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança: - O que você está fazendo? O menino respondeu docemente: - Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer. O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava... de Cláudio Seto.

O ratinho da cidade e o ratinho do campo.


Certo dia um ratinho do campo convidou seu amigo que morava na cidade para ir visitá-lo em sua casa no meio da relva. O ratinho da cidade foi, mas ficou muito chateado quando viu o que havia para jantar: grãos de cevada e umas raízes com gosto de terra. – Coitado de você, meu amigo! – exclamou ele. – Leva uma vida de formiga! Venha morar comigo na cidade que nós dois juntos vamos acabar com todo o toucinho deste país! E lá se foi o ratinho do campo para a cidade. O amigo mostrou para ele uma despensa com queijo, mel, cereais, figos e tâmaras. O ratinho do campo ficou de queixo caído. Resolveram começar o banquete na mesma hora. Mas mal deu para sentir o cheirinho: a porta da despensa se abriu e alguém entrou. Os dois ratos fugiram apavorados e se esconderam no primeiro buraco apertado que encontraram. Quando a situação se acalmou e os amigos iam saindo com todo o cuidado do esconderijo, outra pessoa entrou na despensa e foi preciso sumir de novo. A essas alturas o ratinho do campo já estava caindo pelas tabelas. – Até logo – disse ele. – Já vou indo. Estou vendo que sua vida é um luxo só, mas para mim não serve. É muito perigosa. Vou para minha casa, onde posso comer minha comidinha simples em paz. Moral: Mais vale uma vida modesta com paz e sossego que todo o luxo do mundo com perigos e preocupações. Fábulas do Esopo.

domingo, 17 de junho de 2012

Tem Pão Velho?


  Vou contar um fato corriqueiro, que inesperadamente trouxe-me uma grande lição de vida.
Era um fim de tarde de sábado, eu estava molhando o jardim da minha casa, quando fui interpelada por um garotinho com pouco mais de 9 anos, dizendo:
-Dona, tem pão velho?
Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou desde criança.
Olhei para aquela criança tão nostálgica e perguntei:
-Onde você mora?
-Depois do zoológico.
-Bem longe, hein!
-É...mas eu tenho que pedir as coisas para comer.
-Você está na escola?
-Não. Minha mãe não pode comprar material.
-Seu pai mora com vocês?
-Ele sumiu.
E o papo prosseguiu,até que disse:
-Vou buscar o pão, serve pão novo?
-Não precisa não,a senhora já conversou comigo,isso é suficiente.
Esta resposta caiu em mim como um raio. Tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e a falta de amor daquela criança,daquele menino de apenas 9 anos, já sem sonhos,sem brinquedos, sem comida, sem escola e tão necessitado de um papo,de uma conversa amiga.
Caros amigos, quantas lições podemos tirar desta resposta

"Não precisa não, a senhora já conversou comigo, isso é suficiente!"

Que poder mágico tem o gesto de falar e ouvir com amor!
Alguns anos já se passaram e continuam pedindo "pão velho"na minha casa e eu dando "pão novo",mas procurando antes compartilhar o pão das pequenas conversas, o pão dos gestos que acolhem e promovem.
Este Pão de Amor não fica velho, porque é fabricado no coração de quem
acredita naquele que disse:

-" EU SOU O PÃO DA VIDA"
                            Ana Luzia Tocafundo.   

Uma história de Amor.


Era uma vez uma ilha onde moravam os seguintes sentimentos:
a alegria, a tristeza, a vaidade, o amor e outros.
Um dia avisaram para os moradores dessa ilha que ela ia ser inundada .Apavorado, o amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem. Ele então falou:
- Fujam todos, a ilha vai ser inundada!
Todos correram para seus barquinhos, para irem a um morro bem alto. Só o amor não se apressou, pois queria ficar um pouco mais com sua ilha. Quando já estava se afogando correu para pedir ajuda. Estava passando a riqueza e ele disse:
- Riqueza leve-me com você!
Ela respondeu:
- Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e você não vai caber!
Passou então a vaidade e ele pediu:
- Oh! vaidade, leve-me com você!
- Não posso, vai sujar meu barco!
Logo atrás vinha a tristeza.
- Tristeza, posso ir com você?
- Ah amor! Estou tão triste que prefiro ir sozinha!
Passou a alegria, mas estava tão alegre que nem escutou o amor chamar por ela.
Já desesperado, achando que ia ficar só, o amor começou a chorar. Então passou um barquinho onde estava um velhinho, e ele falou:
- Sobe amor que eu te levo.
O amor ficou radiante de felicidade que até esqueceu de perguntar o nome do velhinho. Chegando ao morro bem alto, onde estavam os sentimentos, ele perguntou à sabedoria:
- Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe aqui?
Ela respondeu:
- O tempo!
- O tempo?? Mas por que o tempo?
- Por que só o tempo é capaz de entender um grande amor.
  autor desconhecido.

sábado, 16 de junho de 2012

O Fazendeiro, o Filho e o Burro


"Um fazendeiro e seu filho viajavam para o mercado, levando consigo um burro. Na estrada, encontraram umas moças salientes, que riram e zombaram deles: - Já viram que bobos? Andando a pé, quando deviam montar no burro? O fazendeiro, então, ordenou ao filho: - Monte no burro, pois não devemos parecer ridículos. O filho assim o fez. Daí a pouco, passaram por uma aldeia. À porta de uma estalagem estavam uns velhos que comentaram: - Ali vai um exemplo da geração moderna: o rapaz, muito bem refestelado no animal, enquanto o velho pai caminha, com suas pernas fatigadas. - Talvez eles tenham razão, meu filho, disse o pai. Ficaria melhor se eu montasse e você fosse a pé. Trocaram então as posições. Alguns quilometros adiante, encontraram camponesas passeando, as quais disseram: -A crueldade de alguns pais para com os filhos é tremenda! Aquele preguiçoso, muito bem instalado no burro, enquanto o pobre filho gasta as pernas. - Suba na garupa, meu filho. Não quero parecer cruel, pediu o pai. Assim, ambos montados no burro, entraram no mercado da cidade. - Oh!! Gritaram outros fazendeiros que se encontravam lá. Pobre burro, maltratado, carregando uma dupla carga! Não se trata um animal desta maneira. Os dois precisavam ser presos. Deviam carregar o burro às costas, em vez de este carregá-los. O fazendeiro e o filho saltaram do animal e carregaram-no. Quando atravessavam uma ponte, o burro, que não estava se sentindo confortável, começou a escoicear com tanta energia que os dois caíram na água." (Quem a todos quer ouvir, por ninguém é ouvido. Fábulas de Esopo.

..

Vidas e Sonhos

Vidas e Sonhos
Sonhar é transportar num Mundo de Sonhos
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...