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terça-feira, 13 de novembro de 2012

O GATO QUE VOLTOU.


"Alguns dizem que os animais não tem alma e são incapazes de ter emoções. Essas pessoas estão terrivelmente erradas. Animais são totalmente capazes de amar pessoas que são boas para eles, e podem mostrar esse amor de maneiras inesperadas e às vezes impossíveis, mesmo já não estando mais entre nós!" O Relato a seguir é uma prova que isso é verdade! ================================================================================= Esse relato que vou contar, aconteceu realmente, e nunca vou me esquecer disso. Eu amo gatos. Meu filho sempre me falou que gatos, de algum jeito, sabem quando vão lhes ajudar quando estão doentes ou machucados. E de um certo modo, talvez ele esteja certo. Gatos de rua aparecem na minha varanda, parecendo saber que eu vou alimentá-los e limpá-los antes de mandarem eles embora. Eu sempre tenho um pouco a mais de spray anti-pulgas, remédio para verme ou alguma pomada antibiótica para quaisquer necessidade médica que os meus amiguinhos peludos possam ter. E as vezes aparece algum gato que fique um tempo conosco antes de ir embora. Essa história é sobre um desses amiguinhos. Ele veio da rua para as nossas vidas, e ficou tempo o suficiente para mudar totalmente o nosso modo de pensar. Meu filho e eu vivíamos em um péssimo apartamento por cerca de 2 anos. O prédio ficava na periferia de uma cidade rural e bem próximo à algumas fazendas. Pessoas de uma cidade grande vizinha geralmente abandonavam animais que não queriam mais na nossa cidade, e as fazendas tinham vários gatos nos celeiros e também cachorros. O nosso síndico (que era o dono do apartamento em que morávamos) odiava animais. Não era permitido ter animais no prédio, e ele era suspeito no desaparecimento de vários animais da vizinhança. Eu o ouvi uma certa vez se gabando de ter enxotado a tiros alguns gatos de rua e de soltar o cachorro de uma vizinha. Então sempre que um gato aparecia na nossa varanda, eu o alimentava e tratava dos seus ferimentos, mas não deixava eles entrarem por causa do síndico. Depois de cerca de um ano morando lá, um gato todo preto começou a visitar o meu apartamento. Ele só vinha de noite, como se soubesse que assim não seria visto. O meu filho falou que já tinha visto o gato em uma velha casa a cerca de meio quilômetro de onde morávamos. Nós achamos que devia ser mais um gato abandonado por donos irresponsáveis, então o alimentamos e ocasionalmente limpávamos ferimentos de brigas e tirávamos carrapatos da pele dele. Aquele gato ficava ronronando e se esfregando nas nossas pernas para que nós fizéssemos carinho nele. Ele era uma animal adorável. Normalmente nós não nos apegávamos muito aos gatos, com medo de que o síndico machucasse eles ou que nós fôssemos despejados. Mas nós abrimos uma exceção para esse gato. Ele era especial. Meu filho comprou para ele uma coleira rosa choque de nylon com um sino. Com uma caneta azul para tecido ele escreveu "Gato" na coleira e colocou no gato preto. Ele estava maravilhoso com a sua coleira nova, e o nosso relacionamento com ele estava maravilhoso. Nós tínhamos um gato para acariciar e ele tinha comida todas as noites, e ainda era livre para ser um gato e ir para onde ele quisesse. E o síndico não tinha nem idéia de sua existência. Nós decidimos que "Gato" era um bom nome para ele, pois acreditávamos que "ele" não iria querer algo mais "chique". Somente "Gato" já estava bom demais. Gato continuou com a sua visita noturna por meses.Sempre que ficava escuro, ele começava arranhar a porta da varanda e a miar até que nós abríssemos a porta para ele entrar e ser acariciado. Se nós ficássemos fora de casa até tarde, ele esperaria na varanda até chegarmos, comia a sua comida, aproveitava alguns carinhos e seguia o seu caminho. Alguns meses mais tarde, eu decidi voltar para a faculdade e nós tivemos que nos mudar do apartamento para morar com alguns parentes para cortar despesas. Meu filho não queria deixar Gato e me implorou para levarmos ele. Eu tive que ser firme com ele e dizer que não poderíamos levar um gato para a casa dos outros. Mas toda noite quando Gato visitava, eu podia sentir que eu fraquejava. Então uma noite Gato não apareceu. Nós esperamos por ele por um tempo, então fomos para a cama. Ele não veio na noite seguinte e nem na outra. No dia seguinte nós começamos a colocar todas as nossas coisas em um caminhão de mudanças alugado. Nós nos mudaríamos no dia seguinte de manhã bem cedo. Meu filho e eu estávamos cozinhando o jantar pela última vez no apartamento. O fogão nunca tinha funcionado direito, e eu tinha que acender ele com um fósforo. Nós estávamos falando de como ia ser bom morar em um lugar onde o fogão funcionasse direito. Eu coloquei a pizza no forno e então sentamos na mesa da cozinha e começamos a jogar baralho esperando a pizza ficar pronta. A mesa, as duas cadeiras, os pratos de papel e os talheres de plástico eram tudo o que tinha sobrado no apartamento. O resto já estava todo no caminhão. Nós tínhamos planejado comer, dormir no chão da sala em sacos de dormir e depois ir no dia seguinte. Um pouco depois que estávamos sentados na mesa, eu ouço o som familiar da porta da varanda sendo arranhada. "Gato!!!" o meu filho e eu pulamos das cadeiras e fomos para a sala para abrir a porta e saudar o nosso amiguinho peludo. Nós ficamos lá fora na varanda brincando com ele. "Nós estávamos preocupados com você!" o meu filho falou, enquanto gato esfregava a sua cabeça no rosto dele. Nós estávamos lá fora coçando as orelhas dele quando veio um grande clarão de dentro de casa junto com um estrondo. O fogão da cozinha tinha explodido! Os bombeiros vieram e apagaram o fogo e a companhia de gás veio e fechou o encanamento. Vendo o velho fogão, o bombeiro falou que aquilo era um acidente esperando para acontecer. Nós tínhamos sorte por estarmos vivos. A mesa e as cadeiras da cozinha estavam totalmente queimadas. Se nó estivéssemos lá jogando baralho nós estaríamos com queimaduras graves, isso se não tivéssemos morrido na hora. Enquanto os bombeiros estavam em casa, o meu filho estava em choque segurando Gato e coçando as suas orelhas. Se Gato não tivesse ali, meu filho ia estar marcado para o resto da vida com cicatrizes que pegariam o seu corpo todo, ou coisa pior. Eu me decidi ali mesmo. Nós tínhamos uma velha gaiola para gato de quando nós tínhamos a nossa casa e animais, eu tinha guardado ele caso a gente precisasse algum dia. Estava no caminhão. Eu fui até lá e peguei ela. "Coloque Gato ai dentro, nós vamos levar ele conosco" eu falei, enquanto o meu filho sorria animado, por não ter de deixar o seu amigo pra trás. O sino da coleira tocava enquanto o meu filho colocava Gato na gaiola e trancava a portinha. O que tinha sobrado na cozinha do apartamento estava em ruínas, e o resto já estava no caminhão, então decidimos simplesmente ir embora naquela noite. A gaiola estava no banco entre meu filho e eu. Enquanto eu ligava o caminhão, eu coloquei o dedo dentro da gaiola e comecei a coçar a orelha de Gato. Eu podia ouvir ele ronronando. "É Gato, você está vindo com a gente. Você salvou as nossas vidas." eu falei para ele. Nós nos despedimos dos vizinhos e fomos para a rua e continuamos até chegar a uma placa de "pare" que tinha na entrada da estrada. Então eu vi algo que fez o meu sangue gelar. No acostamento da estrada tinha um gato preto atropelado. Eu falei para o eu filho ficar no caminhão e sai. O gato tinha sido atropelado a pelo menos uns dois dias, pois o corpo já estava em decomposição. Em volta do pescoço do gato tinha uma coleira rosa choque com um sino com as letras inconfundíveis do meu filho "Gato" em azul. Sem dúvida alguma, aquele gato morto, era o nosso "Gato". Eu estava em choque. Como Gato podia estar ali morto no lado da estrada, quando ele estava com a gente, com a coleira rosa e tudo, dentro do caminhão, dentro da gaiola? Eu voltei para o caminhão. Eu abri a porta e entrei na cabine e olhei a gaiola. Gelei, pois olhando a gaiola, elaestava vazia. Nós realmente acreditamos que Gato voltou para salvar as nossas vidas, e depois seguiu em frente para o paraíso dos animais. Espero um dia podermos todos nos encontrar novamente. Tenho certeza disso. www.alemdaimaginacao.com Rosana - GO - Brasil

Iemanjá Mãe de quase todos Orixas . Candomblé


Iyemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja, Iemanjá ou Yemoja é um orixá africano, cujo nome deriva da expressão Iorubá Yèyé omo ejá ("Mãe cujos filhos são peixes"), identificada no jogo do merindilogun pelos odus ejibe e ossá. É representado no candomblé através do assentamento sagrado denominado igba yemanja. Na Mitologia Yoruba, a dona do mar é Olokun, que é mãe de Yemanjá, sendo ambas de origem Egbá. Yemojá é saudada como Odò ("rio") ìyá ("mãe") pelo povo Egbá, por sua ligação com Olokun, orixá do mar (masculino no Benim e feminino em Ifé), referida como sendo a "rainha do mar" em outros países. É cultuada no Ro Ògùn, em Abeokuta. Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de fevereiro, a maior festa do país em homenagem à "Rainha do Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados. Todavia, na cidade de São Gonçalo, os festejos acontecem no dia 10 de fevereiro. Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam, no mar, oferendas para a divindade. A celebração também inclui o tradicional "banho de pipoca" e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à orixá. Na umbanda, é considerada a divindade do mar. Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Autopiedade. Contos de Samurai


Dois velhos amigos se encontraram, após muitos anos. Entretanto, a vida tinha levado um a se tornar muito rico e o outro miserável. Eles ficaram juntos muitas horas, trocando remininscências e bebendo saquê. O homem rico era muito generoso e afável, mas seu amigo só sabia se entregar à autopiedade. Após certo tempo, o homem miserável adormeceu, e seu amigo, condoído com sua condição, resolveu lhe dar uma dádiva e antes de partir introduziu-lhe no bolso um belo diamante. "Se meu pobre amigo estiver em dificuldades poderá conseguir uma boa soma com a venda desta jóia", pensou o bom homem. Anos se passaram e os dois amigos de novo se encontraram. Mas o homem miserável continuava assim, e ainda se lamentando. - Mas como ainda estás tão pobre depois de tantos anos? - perguntou o rico, surpreso. - Pobre de mim! - lamuriou-se o outro - Sou inútil, e ninguém se importa comigo! Sou incapaz de ganhar dinheiro para sobreviver! - Tua autopiedade e egoísmo te fizeram um tolo! Não fosse tua profunda cegueira auto-indulgente, poderias há muito ter percebido o tesouro que deixei em teu bolso!

Osanyin. Deus das Folhas, divindade do Candomblé.


Osanyin é o orixá das folhas medicinais e litúrgicas. A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé - o poder - imprescindível até mesmo aos próprios deuses. As folhas nascidas das árvores e as plantas constituem uma emanação direta do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva (água-sêmem) e, com esse poder, a ação das folhas podem ser múltiplos, para diversos fins. As folhas como as escamas e penas, são e representam o procriado. Elas representam o "sangue-preto", axé do culto. Òsányin possui um poder ao mesmo tempo benéfico e perigoso. O Eye é um pássaro que o representa, o Igbá Òsányin é seu emblema, confeccionado com ferro, e simboliza uma árvore de sete ramos com um pássaro em sua haste central, o ferro reforça a ligação com o axé do preto mineral, e o pássaro é a relação folha-pena e elemento procriado. Nada se faz no candomblé sem este orixá, as folhas sagradas, para tudo se usa, na iniciação há um boorí específico para Òsányin, a cabeça do neófito é lavada com um líquido composto de folhas associadas a diversos orixás, mas dependentes, em última instância, para seu efeito, da colaboração de Òsányin. Há um encarregado de recolher as folhas frescas no mato e prepará-las, é chamado Olósàyin. Òsányìn vive na floresta em companhia de àroni, um anãozinho de uma perna só que fuma um cachimbo feito de casca de caracol enfiado num talo oco cheio de suas folhas favoritas.A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé - o poder - imprescindível até mesmo aos próprios deuses.

domingo, 11 de novembro de 2012

A Certeza e a Dúvida. Contos sobre Buda.


Buda estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou: - Existe Deus? - perguntou. - Existe - respondeu Buda. Depois do almoço, aproximou-se outro homem. - Existe Deus? - quis saber. - Não, não existe - disse Buda. No final da tarde, um terceiro homem fez a mesma pergunta: - Existe Deus? - Você terá que descobrir - respondeu Buda. Assim que o homem foi embora, um discípulo comentou, revoltado: - Mestre, que absurdo! Como o Senhor dá respostas diferentes para a mesma pergunta? - Porque são pessoas diferentes, e cada um chegará à resposta por seu próprio caminho. O primeiro acreditará em minha palavra. O segundo fará tudo para provar que estou errado. E o terceiro só acredita naquilo que é capaz de provar por si mesmo.

Oxumare Divindade do Candomblé.


Oxumarê, filho mais novo e preferido de Nanã, irmão de Omulu. É uma entidade branca muito antiga, participou da criação do mundo enrolando-se ao redor da terra, reunindo a matéria e dando forma ao Mundo. Sustenta o Universo, controla e põe os astros e o oceano em movimento. Rastejando pelo Mundo, desenhou seus vales e rios. É a grande cobra que morde a cauda, representando a continuidade do movimento e do ciclo vital. A cobra é dele e é por isso que no Candomblé não se mata cobra. Sua essência é o movimento, a fertilidade, a continuidade da vida. A comunicação entre o céu e a terra é garantida por Oxumarê. Leva a água dos mares, para o céu, para que a chuva possa formar-se - é o arco-íris, a grande cobra colorida. Assegura comunicação entre o mundo sobrenatural, os antepassados e os homens e por isso à associa do ao cordão umbilical. Oxumarê é um Orixá bastante cultuado no Brasil, apesar de existirem muitas confusões a respeito dele, principalmente nos sincretismos e nos cultos mais afastados do Candomblé tradicional africano como a Umbanda. A confusão começa a partir do próprio nome, já que parte dele também é igual ao nome do Orixá feminino Oxum, a senhora da água doce. Algumas correntes da Umbanda, inclusive, costumam dizer que Oxumarê é uma das diferentes formas e tipos de Oxum, mas no Candomblé tradicional tal associação é absolutamente rejeitada. São divindades distintas, inclusive quanto aos cultos e à origem. Em relação a Oxumarê, qualquer definição mais rígida é difícil e arriscada. Não se pode nem dizer que seja um Orixá masculino ou feminino, pois ele é as duas coisas ao mesmo tempo; metade do ano é macho, a outra metade é fêmea. Por isso mesmo a dualidade é o conceito básico associado a seus mitos e a seu arquétipo. Essa dualidade onipresente faz com que Oxumarê carregue todos os opostos e todos os antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo, etc. Nos seis meses em que é uma divindade masculina, é representado pelo arco-íris, sendo atribuído a Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus em forma de vapor, onde se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova transformação química recuperando o estado líquido e voltará à terra sob essa forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc. Nos seis meses subseqüentes, o Orixá assume forma feminina e se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É então, uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em transcendência e ganhando em materialismo. Sob essa forma, segundo alguns mitos, Oxumarê encarna sua figura mais negativa, provocando tudo que é mau e perigoso. Não podemos nos esquecer de que tanto na África, como especialmente no Brasil, a população negra, foi continuamente assediada pela colonização branca. Uma das formas mais utilizadas por jesuítas para convencer os negros, era a repressão física, mas para alguns, não bastava o medo de apanhar. Eles queriam a crença verdadeira e, para isso, tentaram explicar e codificar a religião do Orixás segundo pontos de vista cristãos, adaptando divindades, introduzindo a noção de que os Orixás, seriam santos como os da Igreja Católica. Essa busca objetiva do sincretismo sem dúvida foi esbarrar em Oxumarê e na cobra - e não há animal mais peçonhento, perigoso e pecador do que ela na mitologia católica. Por isso, não seria difícil para um jesuíta que acreditasse sinceramente nos símbolos de sua visão teológica. Reconhecer na cobra mais um sinal da presença dos símbolos católicos na religião do Orixás e nele reconhecer uma figura que só poderia trazer o mal. Na verdade, o que se pode abstrair de contradições como as que apresenta Oxumarê é que este é o Orixá do movimento, da ação, da eterna transformação, do contínuo oscilar entre um caminho e outro que norteia a vida humana. É o Orixá da tese e da antítese. Por isso, seu domínio se estende a todos os movimentos regulares, que não podem parar, como a alternância entre chuva e bom tempo, dia e noite, positivo e negativo. Conta-se sobre ele que, como cobra, pode ser bastante agressivo e violento, o que o leva a morder a própria cauda. Isso gera um movimento moto-contínuo pois, enquanto não largar o próprio rabo, não parará de girar, sem controle. Esse movimento representa a rotação da Terra, seu translado em torno do Sol, sempre repetitivo- todos os movimentos dos planetas e astros do universo, regulados pela força da gravidade e por princípios que fazem esses processos parecerem imutáveis, eternos, ou pelo menos muito duradouros se comparados com o tempo de vida médio da criatura humana sobre a terra, não só em termos de espécie, mas principalmente em termos da existência de uma só pessoa. Se essa ação terminasse de repente, o universo como o entendemos deixaria de existir, sendo substituído imediatamente pelo caos. Esse mesmo conceito justifica um preceito tradicional do Candomblé que diz que é necessário alimentar e cuidar de Oxumarê muito bem pois, se ele perder suas forças e morrer, a conseqüência será nada menos que o fim da vida no mundo. Seu domínio se estende a todos os movimentos regulares que não podem parar, como a alternância entre o dia e a noite, o bom e o mal tempo (chuvas) e entre o bem e o mal (positivo e negativo). Enquanto o arco-íris traz a boa notícia do fim da tempestade, da volta do sol, da possibilidade de movimentação livre e confortável, a cobra é particularmente perigosa para uma civilização das selvas, já que ela está em seu habitat característico, podendo realizar rápidas incertas. Pierre Verger acrescenta que Oxumarê está associado ao misterioso, a tudo que implica o conceito de determinação além dos poderes dos homens, do destino, enfim: É o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que está sob seu controle, é enterrado geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore. Características Cor Verde e amarelo (cores do arco-íris, ou, amarelo rajado de preto.

sábado, 10 de novembro de 2012

O Som do Silêncio. Contos de Samurai.


Certa vez, um budista foi às montanhas procurar um grande mestre, que segundo acreditava poderia lhe dizer a palavra definitiva sobre o sentido da Sabedoria. Após muitos dias de dura caminhada o encontrou em um belo templo à beira de um lindo vale. - Mestre, vim até aqui para lhe pedir uma palavra sobre o sentido do Dharma. Por favor, faça-me atravessar os Portões do Zen. - Diga-me,- replicou o sábio,- vindo para cá vós passastes pelo vale? - Sim. - Por acaso ouvistes o seu som? Um tanto incerto, o homem disse: - Bem, ouvi o som do vento como um suave canto penetrando todo o vale. O sábio respondeu: - O local onde vós ouvistes o som do vale é onde começa o caminho que leva aos Portões do Zen. E este som é toda palavra que vós precisais ouvir sobre a Verdade.

ORIXA OXUN Deusa do Ouro . Camdomblé.


Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede, seus peixes que matam a fome, e o ouro que eterniza as idéias dos homens nele materializadas. Como as águas das rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de beber as folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaiê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê. Oxum é por isso associada à maternidade, da mesma maneira que Iemanjá. Por sua doçura e feminilidade, por sua extrema voluptuosidade advinda da água, Oxum é considerada a deusa do amor. A Vênus africana. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum, e também não podemos segura-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino. A sedução. A deusa que seduziu a todos os orixás masculinos. Diz o mito que Oxum era a mais bela e amada filha de Oxalá. Dona de beleza e meiguice sem iguais, a todos seduzia pela graça e inteligência. Oxum era também extremamente curiosa e apaixonada. E quando certa vez se apaixonou por um dos orixás, quis aprender com Orunmilá, o melhor amigo de seu pai, a ver o futuro. Como o cargo de oluô (dono do segredo) não podia ser ocupado por uma mulher, Orunmilá, já velho, recusou-se a ensinar o que sabia a Oxum. Oxum então seduziu Exu, que não pôde resistir ai encanto de sua beleza e pediu-lhe roubasse o jogo de ikin (cascas de coco de dendezeiro) de Orunmilá. Para assegurar seu empreendimento Oxum partiu para a floresta em busca das Iyami Oshorongá, as perigosas feiticeiras africanas, a fim pedir também a elas que a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar Exu há tempos, não ensinaram Oxum a ver o futuro, pois sabiam que Exu já havia roubado os segredos de Orunmilá, mas a fazer inúmeros feitiços em troca de que a cada um deles elas recebessem sua parte. Tendo Exu conseguido roubar os segredos de Orunmilá, o deus da adivinhação se viu obrigado a partilhar com Oxum os segredos do oráculo e lhe entregou os 16 búzios com que até hoje as mulheres jogam. Oxum representa, assim a sabedoria e o poder feminino. Em agradecimento a Exu, Oxum deu a Exu a honra de ser o primeiro orixá a ser louvado no jogo de búzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim, Oxum é também a força da vidência feminina. Mais tarde, Oxum encontrou Oxóssi na mata e apaixonou-se por ele. A água dos rios e floresta tiveram então um filho, chamado Logun-Edé, a criança mais linda, inteligente e rica que já existiu. Apesar do seu amor por Oxossi, numa das longas ausências destes Oxum foi seduzida pela beleza, os presentes (Oxum adora presentes) e o poder de Xangô, irmão de Oxossi, rompendo sua união com o deus da floresta e da caça. Como Xangô não aceitasse Logun-Edé em seu palácio, Oxum abandonou seu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê-la banhar-se no rio. Oxum pretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia de Iansã a deusa dos raios que estava por perto. Oxum deu então seu filho a Iansã e partiu com Xangô tornando-se, a partir de então, sua esposa predileta e companheira cotidiana. • Cor: amarelo-ouro • Número: 5 • Dia da semana: Sábado • Símbolo: abebê (espelho) • Comida: Ipetê, Omolocum (feijão fradinho com camarão) • Saudação: Ora ieieu, Oxum!

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Vidas e Sonhos

Vidas e Sonhos
Sonhar é transportar num Mundo de Sonhos
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